quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

3. RUA DAS PORTAS DE SANTO ANTÃO

Hoje, dia 08 de janeiro de 2014, após o "pequeno almoço", como é chamado o café-da-manhã em Portugal, fui realizar o meu primeiro percurso por Lisboa.
A base foi um pequeno roteiro que achei na internet, chamado: "Um mergulho na rua das portas de Santo Antão". Por estar hospedado nessa rua, achei adequado começar minha exploração de Lisboa por aqui.
A rua das Portas de Santo Antão é cheia de palácios, clubes noturnos, restaurantes, centro culturais, teatro, antiquários e mais comércios.
Conforme informado nesse site acima mencionado, "os edifícios... contam com estórias que se cruzam com a história de Lisboa e do país". Esta rua começa no Largo de São Domingo e segue paralela à avenida da Liberdade, continuando com o nome de rua de São José e muda de nome mais adiante.



Travessa da rua das Portas de Santo Antão 
 Travessa da rua das Portas de Santo Antão
 Travessa da rua das Portas de Santo Antão
 Travessa da rua das Portas de Santo Antão - rua da Fé
 Indicação da rua da Fé - Travessa da rua das Portas de Santo Antão
Fachada da Ermida de São José dos Carpinteiros

 Seguindo o roteiro, após passar por um antiquário interessantíssimo, segui até a rua de São José mudar de nome e retornei, fazendo a primeira parada na Ermida de São José dos Carpinteiros, que ficou fechada muitos anos e reabriu na segunda metade de dezembro passado. Esta visita já teria valido o meu dia, porém mais coisas aconteceram.
Repassando a informação do roteiro que achei na internet, a pequena ermida servia de culto da Ordem dos Carpinteiros, devotos de São José. Chegou a acolher a Casa dos Vinte e Quatro - a reunião dos representantes dos ofícios de Lisboa, que era ouvida pelo rei D. João I e assim participava no governo da cidade. Um ato democrático no século XIV. Hoje a ermida vai sendo recuperada pouco a pouco. Segundo o roteiro, o restauro do chão - que na minha visita de hoje constatei estar terminado, conforme me informaram a Ana Lúcia, que lá trabalha, e o sacristão, Manuel Barata Madeira - implicou na remoção dos ossos ali sepultados. Ao final das obras, serão lá depositados novamente. Essa informação não me foi passada.
 Detalhe do portão da Ermida de São José dos Carpinteiros
 Detalhe da fachada da Ermida de São José dos Carpinteiros, à esquerda da porta principal,
 mencionando o terremoto de 1755
 Detalhe da fachada da Ermida de São José dos Carpinteiros, à direita da porta principal, 
mencionando sua história
 Detalhe da fachada
 interior da ermida
  interior da ermida
 imagem de Nossa Senhora da Fé, com Maria tendo Jesus em seu colo, este com o cálice na mão 
o nome dessa imagem tem ligação com a rua da Fe, travessa ao lado da igreja

Quando eu entrei na igreja, sentei-me ao fundo para fazer minhas orações, enquanto uma senhora fazia a limpeza do chão próximo ao altar. Após o termino da oração, aproximei-me de uma pequena mesa à esquerda e próxima ao presbitério, pois havia me chamado a atenção uma pequena indicação sobre ela na qual se lê "Livro de São José", tendo sobre a mesa o que parecia ser pequenos livros. Quando cheguei à mesa, a senhora que varria o chão se aproximou e veio explicar-me que aquela igreja havia ficado fechada por mais de 30 anos e fora reaberta na segunda quinzena de dezembro de 2003. Aquele livro de São José é um livro que fica sobre o altar, no qual estão mencionados os nomes pessoas - vivas ou falecidas - que se queira colocar em oração; todas as missas e orações feitas na igreja são dedicadas àquelas intenções, permanentemente. O que eu vira sobre a mesinha era um folheto no qual se faz os pedidos de oração que serão inscritos no livro de São José. A cada nome inscrito pede-se uma contribuição de 10 Euros, que são revertidos para as obras de restauração da igreja. Após a inscrição dos nomes, recebe-se um santinho com a imagem de São José na frente e no verso os nomes inscritos no livro. Eu preenchi o folheto com os pedidos de oração, em particular pelos falecidos da minha família, pelos enfermos em geral e mais especificamente pelo Rudinei Peçanha, paroquiano muito enfermo, internado no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Nova Iguaçu.
A partir dessa explicação, comecei a conversar com a Ana Lúcia e soube que é carioca e está morando em Lisboa. Ambos temos experiência profunda e significativa em nossas vidas com Mediugórie.
Enquanto eu fiquei preenchendo o pedido de inscrição dos nomes no Livro de São José, a Ana Lúcia entrou na sacristia. Quando fui procurá-la, encontrei lá dentro um senhor que julguei ser o padre, mas era o sacristão, sr. Manuel Barata Madeira, que contou-me mais a respeito daquela igreja que  pertencera a uma confraria cujos membros foram escasseando a ponto de a igreja ficar em tal estado de abandono que já ameaçava a sua estrutura, principalmente em relação ao teto. O pároco, Pe. José Freire, que atua também como médico, recebeu a ermida, doada pela confraria por esta não ter mais condições de mantê-la, e passou a a restaurá-la, sendo, segundo disse o sr. Manuel, a "menina dos olhos" do padre. O teto da ermida foi restaurado, assim como o seu piso. Mas há muito ainda a fazer.
Conversando ainda com o sr. Manuel, descobri que ele também havia tido uma experiência de fé com Mediugórie. Perguntei-lhe sobre o diaconato permanente em Portugal e soube que existe, mas ainda é algo incipiente, porém é algo que ele deseja e, para isso, pediu-me, fazendo-o por escrito, que orasse nessa intenção.
Antes de sair daquela igreja na qual fui tão bem recebido e convidado a voltar e concelebrar com o Pe. José Freire, ganhei um bolo-rei, um doce da tradição de Natal de Portugal, assim como no Brasil o é o panetone. Abençoei-os e parti feliz com aquela hora que me fora presenteada por Deus.
 o sr. Manuel Barata Madeira, eu e a sra. Ana Lúcia, na sacristia da Ermida de São José dos Carpinteiros

 fachada da Ermida de São José dos Carpinteiros

Prosseguindo, fui em direção ao Palácio Sousa Leal, o qual só pude visitar por fora. Segundo o roteiro que peguei na internet, depois de ter sido a sede dos CTT (empresa dos correios e telégrafos), o Palácio Sousa Leal é atualmente uma grande casa de cerimônias solenes dos Correios Portugueses. Um palácio em pleno centro de Lisboa, mas que é uma porta para um ambiente totalmente diferente do urbano: no seu interior (que infelizmente não pude visitar) há um jardim que nos transporta para o ambiente calmo do campo.
 entrada do Palácio Sousa Leal
 Palácio Sousa Leal
 entrada do Palácio Sousa Leal

Do outro lado da rua, encontrei a entrada lateral da Igreja de São José, cuja entrada principal encontra-se na próxima rua à direita. 
O roteiro que eu tinha em mãos contava que a Ermida de São José dos Carpinteiros, que eu acabara de visitar, serviu durante algum tempo como sede de paróquia para as zonas fora da muralha fernandina (muralha da antiga cidade mandada ampliar pelo rei D. Fernando, a partir das muralhas do Castelo de São Jorge), mas no século XVI a população e as construções começaram a crescer pra fora das portas. Nessa altura, foi necessária a construção de uma igreja maior: a de São José - uma obra nunca acabada e que reúne peças de várias outras igreja que ruíram com o terremoto de 1755.
Cheguei a entrar na igreja pela porta lateral, que estava aberta, mas não pude fotografar o seu interior pois havia um falecido sendo velado na nave da igreja.
 entrada lateral da Igreja de São José
 entrada lateral da Igreja de São José

 uma interessante "cortina" feita de taças, na vitrine de um restaurante
 a entrada principal da Igreja de São José
 a entrada principal da Igreja de São José
 travessa da rua das Portas de Santo Antão na qual se encontra a entrada principal da Igreja de São José
 travessa da rua das Portas de Santo Antão na qual se encontra a entrada principal da Igreja de São José
 Placa informativa sobre o Ascensor da Lavra, o mais antigo de Lisboa, um bonde que ascende por trilhos até a rua superior
 detalhe da Calçada da Lavra, onde se encontra o ascensor
 detalhe da Calçada da Lavra, onde se encontra o ascensor
 rua das Portas de Santo Antão
 detalhe em azulejaria de fachada na rua das Portas de Santo Antão
  detalhe em azulejaria de fachada na rua das Portas de Santo Antão

Adiante, encontrei um arco encimado por um edifício, sob o qual passa uma ruela que dá acesso a um pátio. Nesse arco, onde há uma placa dizendo chamar-se Pátio do Tronco, há uma homenagem ao poeta Luis Vaz de Camões. Este arco é todo revestido em azulejos, no teto uma sequência da mesma imagem de Camões e nas laterais uma memória: "A 16 de junho de 1552 foi preso às Portas de Santo Antão por se envolver numa rixa Luis Vaz de Camões // sendo trazido para a cadeia municipal do Tronco", terminando com a indicação que essa memória havia sido feita pela Câmara Municipal de Lisboa em 1992.
Em um blog, achei a seguinte informação sobre este local:
"Com entrada pela rua das Portas de Santo Antão existe o Pátio do Tronco. Neste Pátio existiu no século XVI a Cadeia Municipal do Tronco.
Diz-nos a história que, com 28 anos de idade, em 15 de Junho de 1552 dia do Corpo de Deus, Luís de Camões passeava entre o Rossio e as Portas de Santo Antão. Tinha regressado um ano antes de Ceuta, onde num combate com os Mouros perdera uma vista. Em dado momento repara numa briga e reconhece que nela estavam dois amigos seus; não hesitou em envolver-se na desordem, ferindo com um golpe de espada na nuca um criado do Paço, de nome Gonçalo Borges.
Camões foi preso e levado para a Cadeia do Tronco de Lisboa, onde permanece largos meses (apesar de perdoado pelo ofendido) foi libertado em 24 de Março de 1553 por carta régia do dia 7 desse mês. A carta dizia «Mancebo pobre que me vai este ano servir à ÍNDIA». Assim apesar do perdão real, foi forçado a seguir como soldado raso para a Índia, o homem o génio que escreveu a grande obra épica de "OS LUSÍADAS".
Pela passagem do nosso poeta por esta prisão, o túnel que dá acesso ao Pátio do Tronco está assinalada por um painel de azulejos de Leonel Moura, inaugurado em 1992.
O Pátio que pertenceu à prisão serve hoje para estacionamento de carros."

fonte: http://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.pt/2008/02/rua-das-portas-de-santo-anto-i.html

 Pátio do Tronco
  Pátio do Tronco
 teto com imagem de Camões no Pátio do Tronco
 a memória feita em azulejos no  Pátio do Tronco
  a memória feita em azulejos no  Pátio do Tronco
  a memória feita em azulejos no  Pátio do Tronco

Prossegui o meu caminho pela rua das Portas de Santo Antão, seguindo a  orientação do roteiro extraído da internet, mas podendo apenas conhecer externamente os edifícios mencionados.
Encontrei logo após o Pátio do Tronco o edifício do Ateneu Comercial. Informa o roteiro que apesar de hoje as salas da antiga casa dos Condes de Povolide estarem vazias, nos últimos 133 nos passaram por elas animadas festas e atividades culturais do Ateneu Comercial de Lisboa, fundado em 1880. Em insolvência desde 2012, com dívidas na ordem de 300 mil euros, na piscina e no campo de basquete do edifício não se passa nada agora e restam as memórias das aulas de hidro-ginástica, de ginástica, das equipes dos vários esportes, do grupo de campismo e, claro, das festas e bailes de debutantes. 
 o Ateneu Comercial de Lisboa
 o Ateneu Comercial de Lisboa
 o Ateneu Comercial de Lisboa

Mais adiante deparei-me com o edifício da Sociedade de Geografia de Lisboa, em cujo alpendre adentrei.
Conforme as informações em meu roteiro, criada pelo Estado com o intuito de dar a conhecer a geografia africana, a Sociedade de Geografia é hoje uma instituição privada, mantida, diz Luis Aires de Barros, seu presidente, por aqueles "que têm a carolice do conhecimento". O edifício (paredes-meias com o Coliseu) foi modificado para receber esta associação. Hoje, quando Sociedades de Geografia estrangeiras visitam a portuguesa, admiram-se por esta ter um edifício tão rico só para si, enquanto elas têm, em geral, apenas um andar. 
O livro Lisboa em Pessoa também faz referência à Sociedade de Geografia. "Pode-se dizer que o importante acervo acumulado pela Sociedade de Geografia em seus mais de 130 anos de existência não teve origem muito nobre. Fundada em 1875, ela nasceu com o intuito de acirrar ainda mais a corrida imperialista rumo à África. Com o comércio de escravos sendo ameaçado, e as lutas abolicionistas ganhando força, as nações mais ricas resolveram dominar o continente africano criando colônias e protetorados. Portugal sente que as terras conquistadas estão ameaçadas e cria projetos de ocupação territorial 'em nome da ciência geográfica'".
"Essa fase da história passou, as colônias conquistaram sua independência e a Sociedade de Geografia tornou-se uma referência quando o assunto é cartografia ultramarina e a cultura ancestral de suas ex-colônias. Usando frases do próprio Pessoa, podemos dizer que "(...) encontramos aí um interessante museu colonial e etnológico (...) que compreende recordações navais, modelos de galeões e de barcos portugueses e africanos, bustos e outras esculturas, couraças, flechas, e outras armas nativas, estandartes e bandeiras de expedições militares, pinturas a óleo, de artistas famosos, manuscritos, gravuras, móveis indianos, mobiliário histórico, peles de animais selvagens, espécimes de fibras têxteis e de outras coisas do mesmo gênero, produtos de angola, de Moçambique, de Macau, de Timor etc.". 
 Sociedade de Geografia de Lisboa
 Sociedade de Geografia de Lisboa
 Sociedade de Geografia de Lisboa
 Sociedade de Geografia de Lisboa
 uma das bandas da porta de entrada da Sociedade de Geografia de Lisboa
  uma das bandas da porta de entrada da Sociedade de Geografia de Lisboa
 detalhe da porta de entrada da Sociedade de Geografia de Lisboa

Como mencionado no roteiro, a paredes-meias com a Sociedade de Geografia de Lisboa existe o Coliseu dos Recreios de Lisboa, que em sua história recebeu os mais importantes artistas do mundo, inclusive muitos cantores brasileiros. Há uma programação intensa de orquestras, balés e músicas clássicas. 
No livro Lisboa em Pessoa, lemos que "O Coliseu dos Recreios, citado por Pessoa como 'um dos maiores teatros e circos de Lisboa', foi fundado em 1890, todo feito com uma estrutura de metal trazida da Alemanha. Em seus 120 anos, já passaram - e ainda passam - por ali grandes nomes da música mundial".
 o Coliseu dos Recreios
 o hotel onde estou hospedado, em frente ao Coliseu e ao lado do Teatro Politeana
 placa informativa sobre o Coliseu e sua história
 anúncio de um espetáculo no Coliseu
 fachada do Residencial Florescente, no qual estou hospedado
 fachada da loja "Aromas de Lisboa", ao lado do hotel, que tem produtos exclusivos de Portugal, muito diferentes dos produtos chineses, iguais em qualquer outra loja de souvenir e sem qualidade. Aqui encontra-se lembranças lindas e únicas, não encontradas em outras lojas

Nos anos 1920, a zona da Rua das Portas de Santo Antão tinha aquilo que havia em qualquer grande cidade ocidental: cassinos, clubes de jaz, charleston e fox-trot. Bristol, Majestic ou Ritz são nomes de alguns desses espaços. O conhecido Palace estava instalado no Palácio do Comércio, onde funciona hoje a Associação Comercial de Lisboa - Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.
 fachada da Associação Comercial de Lisboa

Infelizmente fechada, mais uma vez não consegui entrar na Igreja São Luís dos Franceses. Na minha outra estada na cidade, sempre a encontrei fechada. Abre apenas nos momentos de missa.
O meu roteiro informa que o nome "dos franceses" não se refere apenas à história da pequena igreja do século XVI, mandada construir pela coroa francesa para o culto da comunidade gaulesa em Lisboa. Há ainda outro sentido: o edifício foi adquirido no século XIX pelo Estado francês, que financiou em 2011 o seu restauro. Lá dentro encontra-se a imagem de santos franceses e as decorações com Flor-de-Lis, símbolo da monarquia francesa.
 Igreja São Luís dos Franceses
 Igreja São Luís dos Franceses
 escadaria lateral à Igreja São Luís dos Franceses
 Igreja São Luís dos Franceses

A Casa do Alentejo merece uma visita à parte que farei em outro momento, seguindo outro roteiro. Por hoje, visitei-a apenas por fora, mas o maior tesouro está em seu interior, no pátio interno.
Foi casa de família até 1910, quando era o Palácio Alverca, morada dos Viscondes de Alverca. Depois disso, passou por obras e transformou-se no Majestic Club, o primeiro cassino lisboeta, mais tarde chamado Monumental. Nos anos 1930, começa a funcionar aí o Grêmio Alentejano, hoje Casa do Alentejo, associação cultural que adquiriu nos anos 1980 o edifício, até então alugado. Nos anos 1930 e 1940 eram famosos os jantares e convívios ali organizados. 
Em Lisboa em Pessoa, o autor escreve que "Em meio ao reboliço da rua das Portas de Santo Antão, há uma ilha de tranquilidade e de cultura. Mais precisamente a cultura de uma região de extrema importância para Portugal, o Alentejo. Situada num antigo palácio do século XVII, a Casa do Alentejo foi fundada em 1932, como local de encontro de conterrâneos saudosos, essência que se mantém até os dias de hoje. Antes disso, entre 1917 e 1919,  a casa abrigou o primeiro cassino da cidade, o Magestic Club, que mais tarde seria chamado de Monumental Clube, nome pelo qual é mencionado por Pessoa em Lisboa: o que o turista deve ver."
"Se por fora exibe uma fachada sem qualquer atrativo, em seu interior exibe um belíssimo pátio de arquitetura 'neomourisca' e a beleza clássica dos salões luxuosos do fim do século XIX, locais perfeitos para jantares especiais. Entre os pratos ali servidos diariamente, estão o Ensopado de Borrego, as Migas Alentejanas e a Açorda Alentejana, além, é claro, dos famosos queijos de ovelha típicos do Alentejo. 
 fachada simples da Casa do Alentejo, que esconde uma beleza interna única
 fachada da Casa do Alentejo

Quase terminando o roteiro, encontra-se na esquina do Largo de São Domingos o Palácio da Independência, que por ser propriedade privada não pude entrar.
No século XVI, quando a nobreza se quis instalar em Lisboa, escolheu em boa parte aquela que é hoje a rua das Portas de Santo Antão - não estava congestionada como o centro da cidade e, sendo considerada arrabalde, rapidamente se tornou nobre. O Palácio Almada é o único das muitas casas nobres desta rua que se situa ainda dentro das muralhas da cidade. Hoje é conhecido como Palácio da Independência por estar associado às reuniões conspiratórias que levaram ao golpe de Estado de 1640.
 Palácio Independência
 Palácio Independência
 Palácio Independência
 Palácio Independência
 Palácio Independência
 Palácio Independência
 vista do Rossio a partir do Palácio Independência

Concluindo este roteiro, já ao final da manhã e saindo já da rua das Portas de Santo Antão, cheguei ao Largo de São Domingos e à Igreja de São Domingos, que não pude fotografar em detalhes por estar sendo celebrada a Santa Missa. Esta é uma igreja que permanece aberta o da todo e que tem características físicas únicas, que chama a atenção de quem a conhece interiormente.
Depois de ter passado o teste do terremoto de 1755, a Igreja de São Domingos teve de superar o incêndio de 13 de agosto de 1959. Sabe-se que começou junto ao altar e imagina-se que tenha sico um curto-circuito. Na recuperação da igreja do século XIII (concluída em 1994), a opção foi assumir o desastre que tinha assolado aquele espaço: há pedras esburacadas, paredes escurecidas pelo fogo e sem pinturas e imagens desfiguradas em seus nichos. O teto que tinha ruído totalmente está hoje pintado em degradê de tons terracota que lembra o incêndio: a cor é mais forte à altura do altar, onde começou o fogo, e mais clara à entrada da igreja, menos afetada.
(mais adiante, na postagem do dia 11 de janeiro, há mais fotos do interior desta igreja).
Mais informações colhi em Lisboa em Pessoa: " Esse largo é o reduto dos africanos em Lisboa. Mas é o reduto de uma das bebidas mais emblemáticas da cultura da cidade, a ginjinha, licor feito a partir da fermentação de uma fruta chamada ginja, muito parecida com a cereja. A bebida atrai gente de todas as nacionalidades e é servida em lugares tradicionais, como a Ginjinha Espinheira, localizada no coração do Largo de São Domingos e fundada em 1840 por Francisco Espinheira. O lugar ainda preserva as torneiras originais e um pequeno balcão em que os frequentadores assíduos e turistas se apertam para apreciar a bebida."
 Igreja de São Domingos
 monumento aos judeus mortos, na praça em frente à  Igreja de São Domingos
 monumento pela tolerância religiosa mandado erigir pelo Patriarca de Lisboa, em frente à  Igreja de São Domingos
 monumento pela tolerância religiosa mandado erigir pelo Patriarca de Lisboa, em frente à  Igreja de São Domingos
 fachada da  Igreja de São Domingos
  interior da  Igreja de São Domingos
 muro no Largo de São Domingos
 Largo de São Domingos
 loja da famosa Ginginha, no Largo de São Domingos
 placa informativa sobre la famosa Ginginha, no Largo de São Domingos
carrinho com um fogareiro no qual se assam, nesta época do ano, as castanhas portuguesas, vendidas à duzia por 2 euros

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