domingo, 26 de janeiro de 2014

ESTUFA FRIA, FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN E CLARISSAS - 25 de janeiro de 2014

No meu último sábado em Lisboa antes de retornar ao Brasil, saí do hotel com o propósito de vistar a Estufa Fria, no Parque Eduardo VII, e a Fundação Calouste Gulbenkian. Assim, caminhei calmamente pela bela Avenida da Liberdade, em direção à estátua do Marquês de Pombal e, seguindo para o Parque Eduardo VII, pela esquerda, logo cheguei à Estufa.
Em dezembro de 1995, a Estufa Fria foi o primeiro lugar que conheci, pois o hotel em que estava hospedado ficava em frente a uma das laterais do Parque. Andando de manhã, deparei-me com essa estrutura imensa. Em maio de 2012, quando voltei para vistá-la, estava em obras, tendo sido reaberto em 25 de abril de 2013, segundo informou-me a recepcionista da Estufa. 

monumento na Avenida da Liberdade


o elevador do Lavra visto da Avenida da Liberdade




belo exemplar de edifício do início do século XX




detalhe da estátua de Almeida Garrett na Avenida da Liberdade
detalhe do calçamento que rodeia o monumento ao Marquês de Pombal

Lisboa em Pessoa: "... hoje o parque é sinônimo de paz e tranquilidade. São mais de 25 hectares de jardins e bosques concebidos originalmente como Parque da Liberdade, em fins do século XIX. Posteriormente, recebeu o novo nome em homenagem  ao Rei Eduardo VII da Inglaterra, que visitou a cidade em 1902 com o intuito de fortalecer a aliança entre os dois países."
"Além de sua vista empolgante, outro atrativo do parque é a Estufa Fria, que abriga plantas exóticas de muitas partes do mundo, trilhas que sobem e descem, cascatas e pequenos lagos. Há também uma Estufa Quente, com plantas tropicais do Brasil, da África e da Índia. "uma magnífica obra, de que Lisboa pode ufanar-se", acrescenta Pessoa". 
Sobre a Estufa Fria, além do que aparece no livro Lisboa sobre Pessoa, em seguida o poeta comenta no seu guia: "... e é realmente estranho que parte da população da capital só não a visite mas até mesmo ignore a sua real existência. E contudo este recanto quase desconhecido é um prodígio de frescura e deleite, onde a natureza nos mostra muitos dos seus mais escolhidos espécimes de plantas ornamentais e onde a arte de humildes artistas, mas com um recatado talento muito seu, delicia os nossos olhos com esmeradas folhagens e flores. A estufa contém milhares de espécimes de plantas exóticas, cujo valor é difícil de avaliar."

lago ao lado da Estufa




o Rei Eduardo VII da Inglaterra, que dá nome ao Parque onde se localizada a Estufa Fria


interior da Estufa Fria





































































a imensa cobertura da Estufa Fria

Saindo da Estufa Fria, subi até o Jardim Amália Rodrigues, de onde se avista o Parque Eduardo VII e, ao longe, o Rio Tejo.

a estátua do Marquês de Pombal e, ao longe, o Rio Tejo

Caminhando lentamente, cheguei, alguns poucos quilômetros adiante na Fundação Calouste Gulbenkian.
Calouste Sarkis Gulbenkian (Üsküdar, 23 de março de 1869 — Lisboa, 20 de julho de 1955), foi um engenheiro e empresário armênio otomano naturalizado britânico (1902), ativo no setor do petróleo e um dos pioneiros no desenvolvimento desse setor no Médio Oriente. Foi também um mecenas, tendo dado um grande contributo para o fomento da cultura em Portugal. A sua herança esteve na origem da constituição da Fundação Calouste Gulbenkian.
Nasceu numa família de abastados comerciantes armènios de Istambul. O seu pai importava querosene da Rússia.
Estudou em Londres, no King's College, onde obteve o diploma de Engenharia (1887).
Fez uma viagem à Transcaucásia em 1891, visitando os campos petrolíferos de Baku. Aos 22 anos de idade, publicou o livro La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvernirs de Voyage, do qual alguns capítulos foram publicados numa revista que chegou às mãos do ministro das Minas do governo otomano. Gulbenkian foi por este encarregado de elaborar um relatório sobre os campos de petróleo do Império Otomano, em especial na Mesopotâmia.
Negociador hábil e esclarecido, perito financeiro de grande categoria, Gulbenkian negociou contratos de exploração petrolífera com os grandes financistas internacionais e as autoridades otomanas, fomentando a exploração racional e organizada desta fonte de energia emergente. A indústria internacional dos petróleos começava a tomar forma no fim do século XIX. Gulbenkian organizou o grupo Royal Ducht, serviu de ligação entre as indústrias americanas e russas e deu o primeiro impulso à indústria na região do Golfo Pérsico.
Durante a Primeira Guerra Mundial sugeriu em França a criação de um gabinete para controlo do petróleo, o Comité Générale du Pétrole, chefiado por Henri Bérenger Ao serviço deste comitê, obteve êxito para um seu plano: pelo Tratado de San Remo (1920), a França ganhou à Grâ-Bretanha o direito a administrar os interesses do Deutsche Bank na companhia de petróleo turca (os ingleses faziam-no desde 1915).
Em 1928, desempenhou papel fulcral nas negociações multipartidas entre grandes empresas internacionais para a divisão da então Turkish Petroleum Co., Ltd.,  entre a Anglo-Persian Oil Co., a Royal Dutch Shell Group, a Companhia Francesa de Petróleos e a Near East Development Corp. (metade da Standard Oil e metade da Socony Mobil Oil). A cada uma coube 23,75% do capital e, a Calouste Gulbenkian, 5%. Este facto originou que Gulbenkian ficasse conhecido na indústria do petróleo como "o Senhor Cinco por Cento". A riqueza que acumulou permitiu-lhe satisfazer a paixão pelas obras de arte.
A 28 de Fevereiro de 1950 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo
Calouste Gulbenkian foi um amante de arte e homem de raro e sensível gosto, além de reunir uma extraordinária coleção de arte, principalmente europeia e asiática, de mais de seis milhares de peças.
Na arte europeia, reuniu obras que vão desde os mestres primitivos à pintura impressionista. Figuram na coleção obras de Carpaccio, Rubens, Van Dyck, Rembrandt, Renoir, Manet, Degas, Monet e muitos outros.
Além da pintura, reuniu um importante espólio de escultura do antigo Egito, cerâmicas orientais, manuscritos, encadernações e livros antigos, artigos de vidro da Síria, mobiliário francês, tapeçarias, têxteis, peças de joalheria de René Lalique, moedas gregas, medalhas italianas do Renascimento, etc. Quando de sua morte, em 1955, a sua coleção de obras de arte estava avaliada em mais de 15 milhões de dólares.
Foi desejo de Gulbenkian que a coleção que reuniu ao longo da vida ficasse exposta num mesmo local. Assim é, em Lisboa, desde Junho de 1960. Em 1969 foi inaugurado o edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (que acolhe os serviços centrais da Fundação, 2 auditórios, salas de conferências e 2 espaços expositivos) e o Museu, onde se encontra esta coleção permanente. 
jardins da Fundação Calouste Gulbenkian


































início da visita ao Museu da Fundação Calouste Kulbenkian

placa afixada à entrada do Museu, expressando os sentimentos de Calouste Gulbenkian em relação ao patrimônio cultural e artístico adquirido ao longo de sua vida


























































































































































































































imagem egípcia de uma coruja, símbolo da sabedoria, adquirida por Calouste Gulbenkian, com uma imagem em bronze do mecenas e colecionador aos seus pés

Após encher o olhos com a riqueza artística legada a Portugal por Calouste Kulbenkin e de ter visto uma exposição temporária sobre cerâmica que não pode ser fotografada, pois são vários os detentores dos direitos sobre as imagens, pois provinhas as peças de diversos locais. fui até a Praça de Espanha, em frente à Fundação Calouste Gulbenkian, onde há um belíssimo arco com inscrições referentes ao 25 de abril de 1974, quando a democracia voltou a Portugal após meio século de ditadura. Dali, tomei o metro para a Baixa.




Nesta semana, quando estive a visitar o quarto em que Jacinta ficou hospedada num antigo orfanato em Lisboa e descobri que atualmente ali é um Mosteiro das Irmãs Clarissas, recebi o convite para presidir à Santa Missa no sábado à noite.
Assim sendo, cheguei um pouco antes das 18h00, rezei o Terço com as Irmãs e alguns fiéis que estavam na Capela do Mosteiro da Imaculada Conceição, junto ao Jardim da Estrela, na rua da Estrela, 17; participei com todos da Oração das Vésperas e em seguida presidi à Missa.
Após o término da Missa, a Madre Maria José permitiu que eu entrasse em parte do claustro para conhecer um pouco a casa, depois as Irmãs serviram-me um jantar brasileiro, com arroz, feijão e um delicioso filé de frango muito bem temperado, no qual fez-me companhia a Irmã Rosa, que já morou no Brasil justamente no Mosteiro de Santa Clara, no Parque Flora. Ficamos conversando longamente.
Terminado o jantar, a Madre convocou as 5 Irmãs para irem ao parlatório para eu poder tirar uma foto delas para levar para as Irmãs de Nova Iguaçu.
Voltei para o hotel com o coração exultante de alegria, levando comigo um sinal de carinho por parte das Irmãs: um saquinho com biscoitos de mel feitos por elas e um bolo típico da Ilha da Madeira. Eu havia ido de taxi para o Mosteiro, a fim de não perder a hora, mas voltei no Elétrico 28, sentindo-me um verdadeiro Lisboeta, reconhecendo todos os pontos já visitados por mim. Mas não consegui chegar ao fim do percurso no elétrico, pois, sendo um bondinho. tem de percorrer trilhos e um carro estacionou mal em uma rua, justamente na parte do percurso que eu não conhecia e não houve como seguir em frente. Esperei quase meia hora, mas o dono do carro não apareceu. Assim, desci e tomei um taxi. Cheguei ao hotel quase 11 da noite. E fim do meu dia. 

azulejo de Santa Clara na sala de espera do Mosteiro
São Francisco
Nossa Senhora de Fátima e seu Imaculado Coração
a sala de espera do Mosteiro
a linda capela


os "sapatinhos", espécie de orquídea muito comum na Ilha da Madeira, adornando a imagem de Nossa Senhora de Fátima, na capela, e que me recordam as Irmãs de Nova Iguaçu
o páteo do claustro
Irmã Rosa, Postulante Maria Rita, Irmã Maria Inês, Irmã Inês Maria e Madre Maria José
Irmã Rosa, Postulante Maria Rita, Irmã Maria Inês, Irmã Inês Maria e Madre Maria José
Pe. Nelson, Irmã Rosa, Madre Maria José, Postulante Maria Rita, Irmã Inês Maria e Irmã Maria Inês
vista externa noturna do Mosteiro
detalhe acima do portão de veículos no Mosteiro

a Basílica da Estrela, próxima do Mosteiro, vista à noite
entrada do Jardim da Estrela à noite
a Basílica
o jardim


Nenhum comentário:

Postar um comentário